terça-feira, 29 de maio de 2012

Da dificuldade de mudar hábitos


Ouvi um comentário e não pude deixar de dividir com vocês a reflexão. O comentário era de que algumas coisas são fáceis para alguns, mais muito difíceis para outros. E de fato acredito nisso. Para as pessoas que gostam de exercícios, quando falo em caminhadas diárias não parece nada assustador, mas para alguém que não gosta vai ser um verdadeiro esforço.

Nem sempre o que precisamos para nossa saúde ou bem estar é exatamente o que gostamos. Também pra mim, algumas coisas não são exatamente fluidas. E às vezes é muito difícil mudar alguns hábitos, incluir atividades, exercícios, chás, mudar alimentação, privar-se de alimentos que gostamos… Depois, quando conseguimos nos disciplinar e temos resultados, é muito gratificante – são conquistas saborosas.

Isso vale em várias situações. Por exemplo, quando, após introduzir exercícios de respiração, deixamos de ter insônia ou dores de cabeça, que tanto nos  incomodavam. Ou quando os alongamentos nos promovem visivelmente uma postura melhor e nossa coluna para de doer, percebemos a importância da disciplina.

Ou ainda quando refletimos e resolvemos repensar nossa alimentação, fazendo opções saudáveis, dizendo não aos alimentos tóxicos e sentindo nosso corpo funcionar melhor e nossas medidas diminuírem. Aí sabemos, com certeza, que valeu a pena.
Mas são mudanças que só nós podemos assumir. Estas e todas as mudanças, que dependem só da nossa dedicação, da nossa opção. Tudo que queremos mudar pede trabalho.

E, quer saber? Muitas vezes nos surpreendemos com o prazer de alguma atividade ou com novos sabores e sensações, que não conhecíamos.

Vou continuar insistindo e lembrando as pessoas (e a mim também) que vale a pena acordar mais cedo pra caminhar, fazer exercícios respiratórios, meditação, beber água, massagear os pés, tomar chá de camomila…

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Síndrome da pressa:

 Está correndo do que mesmo?

         

Será necessário tanta pressa? É mesmo tão urgente e imediato o que temos a fazer? Precisamos correr tanto e estar tão acelerados? Não seria esta urgência uma fantasia?

Perguntas assim surgem com a informação de uma nova síndrome sendo identificada e estudada por especialistas. Segundo eles, 30% dos brasileiros já sofrem com sintomas decorrentes da Síndrome da Pressa.

Precisamos repensar nossa correria e o desgaste que ela representa. Pensar em como fazer diferente. Andamos apressados, correndo e acelerados como se tudo fosse urgente, mas se você observar perceberá que na maioria das vezes a necessidade da pressa não é real. Algumas pessoas executam tarefas com rapidez, mas isso não quer dizer pressa. Rapidez vem da habilidade e facilidade pra fazer algo. Pressa é outra coisa: é o que leva você a tentar fazer todas as tarefas como se fossem urgentíssimas –e ao mesmo tempo já pensando na tarefa seguinte, correndo e se irritando de forma desproporcional com qualquer espera. Todos já nos sentimos assim em momentos de estresse. Mas isso não pode acontecer o tempo todo.

O hábito da correria desenfreada pode nos levar à síndrome da pressa. Pode também criar outros transtornos –ansiedade, síndrome do pânico, estresse, distúrbios do sono, deficiência digestiva, irritabilidade.

E a pressa é mesmo inimiga da perfeição: perdemos concentração e precisão, esquecemos coisas, nos acidentamos. Com isso, o trabalho sai mal-feito e é preciso refazê-lo. Ao repetir a tarefa, a justificativa de que corremos por ter urgência vai por água abaixo.

Existe hoje uma tendência de querer uma vida mais lenta –uma “slow life”. Cozinhar apreciando, andar pelas ruas podendo olhar as pessoas, ter bons momentos de descanso. Mais ainda: sentar com amigos pra papear sem a sensação de que precisamos estar em outro lugar, namorar sentindo o outro, brincar com os filhos, fazer exercícios sentindo os músculos… Tudo devagar.

Para combater a pressa e não deixá-la se transformar em síndrome, nossa principal aliada é a auto-observação. Estar atentos a nosso comportamento e perceber quando estamos acelerados além da conta. Só assim podemos interferir e desacelerar. A respiração é um recurso importante. Ela consegue alterar positivamente o metabolismo e nos acalmar. O suspiro é um exercício respiratório indicado. Diminui a frequência cardíaca e relaxa. É fácil: respire lento e profundo, inspirando pelo nariz e soltando pela boca com um som de suspiro. A cada respiração, a torne mais lenta e profunda. Faça isso por alguns minutos. Você pode e deve fazê-lo algumas vezes por dia, sempre que se sentir agitado ou acelerado. O suspiro é tão prazeroso que você vai colocá-lo no seu dia-a dia com facilidade.

(Publicado originalmente no jornal Metrô News / São Paulo )